29 de set. de 2010

Web , amor não correspondido - cap. 13

Perdi a conta de quanto tempo nós ficamos ali nos beijando, mas de uma coisa eu sabia, passamos mais de 10 minutos em um só beijo sem intervalos, quando o Victor me soltou, manteve sua mão esquerda na minha mão direita e ficou me olhando com a outra mão parada em seu peito e sua respiração ofegante, virei meu rosto pro lado contrário do dele e revirei meus olhos quando pensei ''Obrigada Meu Deus'' , tentei acalmar minha respiração mas eu sabia que nem água naquele momento me deixaria menos nervosa do que eu estava. Era difícil de acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo, precisei piscar os olhos várias vezes e me dar uma azunhadinha no dedo pra saber que eu não tava sonhando, eu não sabia nem o que pensar, eu devia ter recusado, devia ter imposto minha vontade e pronto, nada mais a ser discutido... mas ai ele vem, com aquela boca carnuda, aquele perfume maravilhoso e aquele olhar dele combinado com o sorrisinho de canto que SÓ ele tem, de repente o Victor falou quebrando o silêncio entre nós e interrompendo minha discussão mental.

- Hm.. er, eai, eu... hãn, devia ter avisado... ne?
- Devia, e devia ter me respeitado também e não me interrompido quando eu ia terminar de falar. As palavras escapuliram de dentro de mim, fiquei pensando se teria magoado ele o tanto que eu no fundo desejava que tivesse.
- Ah é, mas eu não podia deixar voce continuar dizendo e correr o risco de você sair porta a fora antes de ter esse beijo.
- Voce ja tava planejando isso antes de conversamos?
- Nao, bom, eu planejei na hora quando voce ia me dizer pra eu, er, deixa pra lá.
- Pra você me deixar em paz, eu termino agora se esse é o problema.
- Calma ae ou estressadinha, não vai se exaltar hein Malú?
- Eu nao to estressada seu grande imbecil.
- HAHAHA, não?! Não sou eu que estou ficando meio vermelho e respirando com dificuldade.

Ai minha nossa senhora, eu precisava sair dali e rápido. Dei uma risadinha bem forçada e irônica e virei as costas pra ele, coloquei a mão na maçaneta e quando fui abrir a porta ele segurou fortemente o meu braço. Olhei pra ele com cara de quem ia matar um e não falei nada esperei ele falar pra eu acabar com aquilo de uma vez por todas. Ele botou a outra mão na cabeça e coçou com cara de quem não sabia por onde começar.

- Hein Malu, antes que você saia... a gente vai ficar nisso mesmo?
- Nisso o que?
- Nessa palhaçadinha de fingir que nada aconteceu aqui hoje.
- Ué, você quer que eu faça o que?
- Quero que voce não finja que não ouviu que eu estou A P A I X O N A D O por você, quero que você não fique bloqueando seus pensamentos do nosso beijo e quero que você diga pra mim que vai pensar se me perdoa por eu ter sido o ''tremendo idiota'' durante esse tempo todo e que eu quero melhorar tudo entre a gente...
- E ''melhorar tudo entre a gente'' é... ?
- Ficar junto com você, te provar.

Eu ja podia sentir que estava ficando vermelha e com a respiração dificil de novo, meu deus do céu não podia ser, não era possível que alguem foi da água pra coca cola desse jeito... Soltei a mão da maçaneta e coloquei na testa secando as gotinhas que ali apareceram, respirei fundo e tentei me acalmar.

- Não vou dizer nem te prometer nada e eu vou continuar fingindo sim que não aconteceu nada entre nós, tchau.

Antes que ele pudesse me impedir de novo eu sai porta a fora e fui direto ao banheiro (que ficava do lado do quarto dele), o Renato ja devia tá estranhando o meu sumiço por tanto tempo mas eu precisava ver como estava o meu rosto antes de encontrá-lo. Me olhei no espelho e quase não me reconheci, meu rosto estava cheio de pintinhas vermelhas devido ao meu stress, meu cabelo estava meio bagunçado e minha testa totalmente suada, abri a torneira e peguei agua com as mãos e lavei meu rosto, depois meu pescoço e minha nuca, me ajeitei. Quando me olhei de novo no espelho respirei fundo e recapitulei tudo o que eu tinha acabado de passar ali, meu corpo tremeu e eu senti uma vontade imensa de abraçar a minha mãe e ouvir as histórias dela sobre ''o amor'', comecei um choro desenfreado e acabei sentando na privada com o rosto nas mãos. Depois de ter passado uns 15 minutos no banheiro, terminei de me ajeitar e sai do banheiro, ao abrir a porta dei de cara com o Renato com a mão direita fechada em punhos como se fosse bater na porta. Assustada, dei um sorriso totalmente forçado e soltei:

- Ahn, oi amor.
- Malu, tá tudo bem? o que aconteceu?
- Hmm, nada ué, por que?
- Bom, nada? você passou quase 1 hora ''no banheiro'' que pelo menos é aonde você disse que ia e eu chego aqui e ouço uns soluços, você tava chorando?
- Não Renato, eu tava soluçando mesmo,deve ser meu estômago problemático e eu perdi a hora... eu fiquei na cozinha levando um papo com... com a Iracy ( mãe do Victor ) sobre as batatas, me desculpa. Nossa como eu era idiota, não tinha desculpa melhor?
- Hmm, sei. Mas então vamos voltar?
- Claro, vamos. Dei a mão pra ele e tentei me equilibrar no salto ainda, esperava que ele nao percebesse que eu estava tremendo e tentei controlar minha vontade de olhar pra trás e ver o victor no quarto dele, se é que ele ainda estava la.

16 de set. de 2010

Web, amor não correspondido - cap. 12

Naquele momento ali faltou tudo, faltou certeza,faltou palavra,faltou o ar, faltou até a sensação de saber que ainda se tem cerébro e pernas e partes do corpo. Se aquilo era uma brincadeira não ia ter perdão, não ia mesmo por que eu não conseguia nem pensar na cara que eu tava, na COR que eu estava e muito menos, não sabia se eu ia cair dura estatelada no chão ali a qualquer momento. Por que será que ele tava fazendo aquilo comigo? meu deus do céu, era muita informação pra pouca memória e pra um frágil coração... Respirei, botei a mão no coração, e sentei na cama dele de frente pra ele, não sabia se eu estava congelada ali no chão há muito tempo e eu olhava pra ele mas realmente não via, vocês me entendem? KK

- Que palhaçada é essa, seu idiota? Eu ainda nao conseguia realmente ver a cara dele,meus olhos estavam embaçados, e eu me mataria se aquilo fossem lágrimas.
- Epa, calma Malú, depois de tudo o que eu te falei você acha que eu ia brincar com uma coisa dessas , po?
- Acho, por que voce tem comportamentos idiotas demais as vezes.
- HAHAHAHA, e agora quem tá sendo idiota?
- Ai victor, foi mal ta, mas essas coisas não podem ser ditas ok? muito menos quando se há pessoas nessa casa que podem entender tudo errado, ta?
- Você se preocupa demais com os outros, e eu to esperando, você nao vai dizer nada sobre o que eu acabei de te falar, não?
- Hmm, han.. er, vou... nao. O que eu tenho pra falar, ué?
- Caralho, depois você fala de mim, beleza então ow.

E ele se virou e foi saindo pela porta do quarto, quando a coragem me fez levantar num pulo e ir atrás dele fechando a porta antes que ele pudesse dar o primeiro passo pra fora do quarto, ele se virou pra mim assustado e com um rosto confuso, deu uma respirada e falou suavemente:

- O que é , agora?
- Você me conhece tão bem assim , Victor? Me conhece tão bem assim que sabe até quando eu tenho algo pra falar e não quero?
- Você não é tão indecifrável como acha ser Malú. - E deu um breve sorriso de canto. - Mas dizae, o que voce tem pra me falar?

Respirei,pensei, respirei, pensei... comecei.

- Você sabe bem dos meus sentimentos por você, ja disse isso antes, la na minha casa lembra? que você é um tremendo idiota que não enxergava as coisas que vivem estampadas na minha cara, por muito, muito tempo Victor eu achei que nao olharia pra outra pessoa, achei que minha vida estaria conectada à você pra sempre, entende? Por que mesmo que eu queira me manter longe de você, eu simplesmente não consigo parece que nós dois funcionamos como ímas que quando um se afasta o outro vai atrás, e é assim que eu descrevo a nós mesmos. As vezes você tá bolado comigo, me ignora e eu tento ficar longe mas ai por um acaso eu vou em um lugar, um cômodo as vezes e você está lá e a voz fala mais alto que eu, a vontade de falar contigo é maior e mais forte do que eu... Quantas vezes eu desejei te bater ao invéz de sorrir quando você fala alguma coisa bonitinha que faz a minha reação me entregar, quantas vezes eu quis dizer ''acorda mlk, olha eu aqui,para de só ver a camila'' Mas ao mesmo tempo que eu sei o quanto eu te amo eu sei o quanto eu me odeio por te amar, o quanto eu me odeio por estar fazendo isso agora e o quanto eu TE odeio por fazer isso comigo, eu não posso mais continuar assim, o Renato na minha vida foi um presente vindo na hora mais precisa e eu não posso decepcioná-lo por que ele me faz bem e ele merece o melhor, e eu nao sei se é algo que eu posso dar, mas eu vou tentar Victor, eu vou tentar de todas as formas fazê-lo feliz como eu sempre sonhei em te fazer. Você vim agora aqui e dizer que está apaixonado por mim é uma surpresa muito grande, parabéns por que não deu pra sacar nada antes, mas infelizmente... Eu não vou poder te corresponder de frente assim, meu sentimento por você tá lutando contra todas as boas reações do meu corpo e tá sendo abafado bem la no fundo, eu espero que você se cuide e por favor me deixe ... por favor , me deixe...

Antes que eu pudesse criar coragem de fazer esse pedido, percebi que meu rosto e minha blusa estavam molhadas, não me lembrava de quando isso começou mas comecei a secar com o dorso da mão, quando fui passar a minha mão aos meus olhos outra mão - que não era a minha - me segurou, e eu senti uma respiração perto de mim, o Victor pegou a minha mão e levou ao rosto dele, quando encontrei o seu olhar eu vi que ele estava usando a minha mão pra retirar uma gotinha de lagrima pronta pra cair do seu olho direito, eu dei um gemido de tristeza misturado com surpresa e quando pisquei de novo fui tomada em um abraço de urso , forte e quente com ua pontandinha de sinceridade e muita vontade de estar ali, ele recuou olhou pra mim e eu não tinha fala, não consegui pensar em nada pra dizer, ele colocou sua mão direita na minha nuca passando pelos meus cabelos soltos e lisos e me puxou pra ele, colocando sua outra mão na minha cintura começou a me beijar devagar e eu não pude fazer nada a não ser colocar as minhas mãos em sua nuca e me permitir estar ali com ele, mesmo sabendo que era errado eu não pensei em mais nada, a não ser na felicidade que latejava dentro de mim...